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Pierre Fatumbi Verger e sua obra. Homenagem

Solange Bernabó, Pierre Verger, Angela Lühning, Anos 80Solange Bernabó, Pierre Verger, Angela Lühning, Anos 80Por Angela Lühning

Este artigo, publicado originalmente na Afro-Ásia, Salvador: Centro de estudos Afor-Orientais – FFCH/UFBa, nº 21-22, 1998-1999, pp. 315-353, está aqui apresentado em três partes a fim de facilitar a leitura.

Pierre Fatumbi Verger, francês de nascimento (4/11/1902, Paris), baiano por opção e africano por paixão, chegou em 1946 em Salvador, escolhendo a partir desta data a cidade como a sua nova residência e morando aqui até a sua morte (11/2/1996). Chegou como fotógrafo, que aos poucos transformou-se em um observador etnográfico, antropólogo, historiador e botânico, além de desenvolver ainda muitas outras faculdades. Sem dúvida ele foi um dos grandes pesquisadores da cultura e religião afro-brasileiras que deixou uma vasta obra, resultado de suas inúmeras pesquisas. É esta obra que se pretende apresentar neste texto, incluindo complementações biográficas para entender a partir da personalidade e vida deste homem singular não somente a obra em si, como também o caminho pelo qual a realizou.

Apesar de existir uma lista extensa com publicações de Verger, organizada por ele mesmo, ao estudá-la, tornou-se necessário confirmar a existência de todo material mencionado no acervo da sua biblioteca, hoje biblioteca da Fundação Pierre Verger. Foi fácil juntar os cerca de 30 livros, [1] incluindo as obras fotográficas, além dos textos publicados como capítulos de livros, em coletâneas, anais e revistas. Logo apresentou-se o primeiro obstáculo: os textos de Verger foram publicados em diversas línguas e inúmeros países entre África, Europa e as Américas, às vezes dificultando o acesso. Havia também comunicações em congressos e seminários, especialmente no tempo em que  vivera na África. Essas comunicações muitas vezes constavam da lista de Verger, sem que a gente tivesse certeza de que posteriormente houvessem sido  publicadas. Abrindo pasta por pasta do seu imenso acervo pessoal, ainda não classificado e organizado, à procura de manuscritos, textos xerocados de publicações, separatas e outros, aos poucos se completou a nossa lista, tal qual um mosaico. Apesar de todos os esforços empreendidos até agora, ficaram ainda algumas terras incógnitas no mapa da obra de Verger que talvez posteriormente, possam vir a ser identificadas. Uma das expectativas deste modesto texto, que se compreende apenas como primeiro passo para uma abordagem mais completa de sua obra e vida, é justamente abrir espaço para uma troca de informações. [2]
 
 
[1]   Foi utilizado o termo ‘cerca’ porque o número exato de livros depende da inclusão ou não inclusão de vários livros coletivos com fotos de diversos outros fotógrafos, além de Verger. (ver também nota 8 ?).

[2] Espera-se que a partir da publicação deste texto, encontremos pessoas ou informações que possam ajudar a esclarecer alguma coisa a respeito do paradeiro destes textos.