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Texto curadoria

As imagens realizada no Museu XX apresentam, pela primeira vez na Republica Dominicana, 100 imagens de Pierre Verger realizadas nas Antilhas e no Brasil. São imagens proveniente do acervo da Fundação Pierre Verger e que na sua maioria foram expostas em La Havane em março de 2011 durante uma homenagem a Pierre Verger realizada pela Casa de Las Américas.


As 60 imagens de Cuba, Haiti, Martinique, Guadeloupe, Suriname, Porto Rico e Republica Dominicana apresentadas oferecem uma visão geral dos trabalhos fotográficos realizados por Verger nas Antilhas, entre 1933 ate 1957. As outras 40. Feita no Brasil nos anos 50 dam um contraponto à imagens das Antilhas com clichês realizados no Norsdeste brasileiro. Em ambos casos, são fotos características de Verger, com temáticas populares como feiras, portos, ruas, arquitetura colonial ou retratos. Muitas entretanto fazem referência à cultura afro-americana que sempre foi um centro de interesso na obra de Verger. Vale lembrar que se Verger é particularmente conhecido pelo trabalho realizado sobre os cultos afro-brasileiros, foi nas Antilhas que pela primeira vez ele entrou em contato com a cultura afro-americana. Em 33 na Guadaloupe e Martinica e alguns anos depois nessas mesmas ilhas, em Cuba e na Republica Dominicana. Mas foi realmente em 1948 e 57, apòs ter desobreto os cultos-afro-barsileiros, que Verger foi nas Antilhas com uma vontade  mais sistemática de fotografar a cultura afro-descendente, e notamente suas manifestações religiosas. Em 1948, no Suriname e em Haiti, graças a Alferd Metraux que tinha muitos contatos e conhecimentos sobre essas regiões, e em 1957 em Cuba a través de Lidia Cabrera.


No total, são mais de  X fotografias realziadas nas Antilhas e partes delas foram publicadas. Fotos da Gaudeloupe, Martinique e Haiti em revistas e jornais francês antes da Guerra, mas também as poucas fotos de Santo Domingo sobre as quais Verger publicou o comentário seguinte:
“De passagem por Santo Domingo, que já se chamava Ciudad Trujillo, nome do ditador Rafael Leonidas Trujillo, fui prevenido logo que pus meus pés em terra, que todas as fotografias, a não ser aquelas de arquitetura e de movimentos públicos, eram proibidas. Nenhuma cena de rua, particularmente aquelas em que poderiam aparecer negros, não podiam ser fotografadas, o governo considerava que uma pessoa dotada de espírito malévolo poderia ter tendência a utilizá-las com fins nocivos ao prestígio do Benefactor, título que tinha concedido a si próprio Rafael Leonidas Trujillo. Submeti-me pois àquela imposição e fotografei os numerosos cartazes pela glória de Trujillo que ornavam os muros, as fachadas das casas e as vitrinas das lojas da cidade. O único navio de guerra atracado no porto, não longe de uma gigantesca inscrição feita de neon, erigida à glória do ditador, levava igualmente seu nome.


Aquelas fotos serviram para ilustrar um violento artigo escrito por Jacques Roumain, publicado em uma revista francesa no momento em que o exército de Santo Domingo havia massacrado selvagemente alguns milhares de camponeses haitianos, instalados ao longo da fronteira, para cultivar o solo dominicano. A revista foi apreendida pelo governo francês, por injúrias a um chefe de Estado em relações diplomáticas com a França. Suponho ter sido, após aquele incidente internacional, inscrito, conjuntamente com Jacques Roumain, na lista dos indesejáveis em Santo Domingo, tendo cometido o único “erro” de ter fotografado as inscrições clamando com unanimidade a glória, a generosidade e o espírito de beneficência de Rafael Leonidas Trujillo.”


Essa anedota é de uma certa forma engraçada pois de fato Verger não costumava realizar fotos com messagens políticas, mesmo se aconteceu de for,mas diversas que as suas sejam utilizadas para ilustrar textos ao contrario totalmente politizados.
As fotos publicadas por Verger após a guerra já foram mais utilizadas em artigos e livros tratando de temáticas afro-americanas. Nos livros de Metraux, de universitarios e evidamente, nos seus próprios livros sobre essas questões.
Acaba que essas imagens nunca tinham sido mostrado na sua globalidade antes da exposição que aconteceu em Cuba em março e agora em Santo Domingo