• Print
  • FaceBook
  •   
  • Twitter

Seu trabalho na Fundação

Informativo: Agora conte um pouco do seu trabalho atualmente no Espaço Cultural Pierre Verger

Dona Cici:
Cultura afro brasileira para crianças da comunidade – O que não se aprende na escola
Infelizmente a sociedade daqui é hipócrita. A lei 10.639 diz que é obrigatório ensinar a cultura afro brasileira nas escolas, mas isso não é feito. Algumas coisas são feitas aqui no Espaço Cultural e não se faz na escola. Então, para as crianças eu primeiro ensino que elas são afro descendentes, que estão na Bahia, que aqui tem a maior quantidade de negros fora da África. Negro é uma raça, preto é uma cor. A gente pode ser negro com cabelo liso, olhos claros e a pele clara, porque negro é raça. E aqui na Bahia tem uma mistura a partir da chegada dos escravos. Eu falo que todos nós somos afro brasileiros.
O meu trabalho é junto com a oficina de capoeira, com a oficina de percussão, com o grupo de esportes, além da culinária e da biblioteca. Eu conto a história da cultura afro brasileira. É a parte histórica que eles não sabem.

Oficina de Percussão
Na percussão eu falo sobre os ritmos, digo de onde eles vêm, explico quais são as formas de tocar e faço a relação com os orixás. E quando eu pergunto sobre os orixás, quem sabe não diz. Eles têm vergonha. Claro! Se toda hora a cultura negra é escurraçada! Mas eu vou com calma, eu explico e é  tudo sempre numa linguagem atual, que eles entendem e que se interessam.

Oficina de Capoeira
Na capoeira eu conto histórias de animais, do procedimento dos animais na África.  E tanto na capoeira como no esporte eu falo muito de companheirismo e de comportamento.
Eu trabalho com crianças em altíssima situação de risco, mas passou daquele portão pra cá, nada de conversa de lá. Lá fora fica lá fora. Então precisa de disciplina, de falar, de conversar. Eu vou contando as histórias e passando as lições.

Esportes

esporteO grupo do esporte já tem meninos maiores. Com esse meninos tem que ter bastante cuidado com o que se fala. Eu conto histórias, mas também leio alguns textos do jornal e mostro a conclusão de notícias. Por incrível que pareça, tem menino de 13 anos com dificuldade para ler um texto. Você quer saber a realidade? É trabalhar com eles. Muitos passam de ano na escola como passam de 2015 para 2016, infelizmente. Então, de tanto eu tropeçar nessa situação, eu resolvi ler e conversar com eles sobre os textos.

 

Culinária
A culinária é outra atividade que eu adoro. Vai sair até um livro agora, chamado Cozinhando Histórias. Eu conto a história da comida do orixá para as crianças e depois elas vão fazer a comida e comer também.